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terça-feira, 19 de julho de 2011

'Dízimo' é mandamento para o Cristão?

Ser Hoje em dia ser dizimista (e fiel) é uma obrigação irrevogável na vida dos Cristãos de quase todo o mundo. Infelizmente, até mesmo boa parte das igrejas Reformadas e Protestantes tem agido erroneamente contra aqueles que se levantam contra a lei do dízimo. Embora não seja tão comum, pode-se encontrar em igrejas presbiteriana pastores que excluem do trabalho eclesiástico algum irmão que não dizima mensalmente.
Este breve artigo pretende demonstrar de modo introdutório, mas deixando espaço para uma ampliação do debate, como o dízimo NÃO é uma ordenação Bíblica para o povo do Novo Testamento e como a Igreja Primitiva NÃO era dizimista. Veremos qual é a posição Cristã para a contribuição.
Malaquias 3:10
Este texto é o texto preferido, principalmente nas igrejas pentecostais, para se ensinar o dízimo. Mas, será que este texto está mesmo se referindo a uma contribuição mensal de 10% de sua renda? Será que este texto é válido para o Cristão? Certamente que não. Vejamos em partes.
1 – Malaquias jamais é citado no NT como referência para se dizimar.
2 – Malaquias 3:10-11 se refere ao dízimo de alimentos, uma lei que naquele momento já tinha mil anos de existência apresentada em Levítico 27.
3 – As bênçãos e maldições no texto são idênticas e inseparáveis às da Lei Mosaica como um todo, isto é, à Lei inteira. A chuva que viria como benção em Deuteronômio 28 e Levítico 26 estaria condicionada à obediência de todas as mais de 600 leis. Compare a ligação de Malaquias 3:10 com a Lei em Levítico e com Gálatas 3:10: “Todos aqueles, pois, que são das obras da lei estão debaixo da maldição; porque está escrito: Maldito todo aquele que não permanecer em todas as coisas que estão escritas no livro da lei, para fazê-las”. Sendo assim, as bênçãos e maldições em Malaquias são TOTALMENTE dependentes do cumprimento INTEGRAL de todos os preceitos da Lei. No entanto, Paulo ensinou que se você cumpre um artigo da Lei (tomemos o dízimo como exemplo) e não cumpre o restante, é MALDITO.
4 – O texto está falando com os sacerdotes e não com o povo como um todo. Veja 2:1-10; 2:13 a 3:1-5. A ‘nação’ a que se refere é à nação de sacerdotes. Esses sacerdotes roubavam os animais dados a Deus como dízimo (nada de referência a dinheiro, ainda apenas a alimentos, percebem?). Deus amaldiçoa os Levitas por roubarem a porção dízima em Neemias 13:5-10. Sendo assim, o ‘roubo’ que ocorre não é por o povo não dizimar seu salário, mas pelos sacerdotes fazerem uso indevido do dízimo.
5 – Neemias 10:37-39 é o texto que deve ser utilizado para se interpretar corretamente Malaquias 3:10. As pessoas foram ordenadas a trazer o dízimo, mas não ao templo, deveriam levar às cidades Levitas das imediações.
6 – As pessoas não levavam seus dízimos ao Templo. Levavam aos depósitos citados em Neemias 10. Apenas os sacerdotes levavam seus dízimos ao Templo. O que Malaquias 3:10 está querendo dizer é que os sacerdotes deveriam devolver aos depósitos os alimentos que foram entregues como dízimo que eles haviam roubado. Sim, eles roubavam os alimentos e Deus queria que eles devolvessem.
Para aqueles que costumam simplesmente se opor sem apresentar evidência ou qualquer argumento, minha proposta é que examinem Malaquias 3 e o situem dentro da Bíblia para poder utilizar esse texto como base para todo crente dar 10% de seu salário ao gazofilácio da igreja.
Jesus dizimava?
Certamente que não. Não há nenhuma só passagem na Bíblia que diga que o dízimo era para todas as pessoas de Israel. Os dízimos eram APENAS obrigação dos que viviam da terra, como agricultores e criadores de animais. Jesus era carpinteiro. Pedro pescador. Paulo fazedor de tendas. Nenhuma dessas profissões dizimavam, até mesmo porque O DÍZIMO NÃO ERA EM VALOR FINANCEIRO, mas em ALIMENTOS.
O Novo Testamento e o dízimo
O ensino sobre a contribuição financeira no Novo Testamento é o da voluntariedade. Ninguém, absolutamente ninguém no Novo Testamento presta alguma palavra de ordem ou de instrução para se dizimar. Você pode encontrar um, apenas um só exemplo de Cristão dizimando no NT?
A pobre viúva que deu tudo não dizimou, ela deu 100%. Os Cristãos da igreja em Jerusalém vendiam suas propriedades e davam TUDO o que tinham. Vemos ainda a instrução para que ‘cada um contribua conforme propôs em seu coração’. E, é importante salientar que as contribuições financeiras não eram para a instituição eclesiástica, era para os próprios crentes. Eles tinham tudo em comum. Se algum crente tinha muito dinheiro, ele contribuía com o irmão pobre conforme quisesse. A ‘lei’ de Cristo é que quem tem dá o tanto que quiser e que não tem, não dá, mas recebe. Que bom seria se as igrejas aprendessem isso! Assim deixaríamos de ver líderes que recebem mais de 6 salários, aluguel, gasolina, etc, enquanto há pobres que mal conseguem sobreviver em suas igrejas. A atitude Cristã seria esses líderes retirarem boa parte de seu salário e dar aos irmãos pobres da igreja.
Vejamos, por exemplo, Ananias e Safira. Eles deram mais do que o dízimo, deram 50% do que tinham, mas foram castigados por fazer aquilo apenas para se aparecer. Esse caso ilustra exatamente o posicionamento das finanças na Igreja do NT.
II Coríntios 9:7 traz o modelo das contribuições que os crentes devem seguir: “Cada um contribua segundo propôs no seu coração; não com tristeza, ou por necessidade; porque Deus ama ao que dá com alegria”.
Sendo assim, se você quiser contribuir com 10%, amém. Mas faça isso por ser uma valor que você estipulou e não porque é uma lei que você tem que cumprir. Se quiser contribuir com 1%, amém. Com 90%? Amém. E a freqüência? Se quiser semanalmente, amém. Mensalmente, amém. Semestralmente? Amém!
O importante é que cada um contribua espontaneamente e conforme pode e quer. Não pode haver regras. Lei para os Cristãos? O que é isso! Jesus veio exatamente para eliminar a Lei, nos ensinando a viver voluntariamente porque Deus vê o interior e não as aparências.
Apenas para concluir, para quem pense em argumentar dizendo que o dízimo é anterior à lei, digo que utilizem o mesmo argumento também para o Sábado. Dizem que o dízimo não é algo da Lei, mas ele já existia antes da Lei, então é algo que não indica o cumprimento da Lei Mosaica em si. No entanto, se este argumento for verdadeiro, também deve-se guardar o sábado, afinal, a guarda do sábado também é anterior à lei.
Certamente que se não houvesse dízimo, os valores de arrecadação cairiam. No entanto, a espiritualidade cresceria. Imagine como seria bom se nossos amados pastores não recebessem mais 5 mil reais por mês e todas suas despesas pagas e, ao invés disso, usassem uma boa parcela desses valores como a Igreja no NT fazia, contribuindo entre os irmãos mais necessitados. Quem tem mais, ajuda quem tem menos. Isso sim seria Cristianismo.

5 comentários:

  1. Irmão, me perdoe caso esteja errado, mas esse é o segundo artigo seu que li, o primeiro foi sobre tatuagem e o que me parece é, que você está quebrando a idéia de qualquer envolvimento do cristão com a Lei, como se essa estivesse anulada pela Graça, sem manter nenhuma relação com ela. Aconselho a leitura de dois artigos: Lei e Graça, por Mauro Meister http://old.thirdmill.org/files/portuguese/48135~9_19_01_11-05-10_AM~leigraca.htm e Determinações Bíblicas para dizimos e ofertas, de Solano Portela http://www.solanoportela.net/artigos/dizimos.htm .

    Que Deus o abençoe!

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  2. Post perfeito, embora resumido.
    Se o irmãome permite, gostaria de contribuir indicando duas postagens minhas, sobre o mesmo assunto, pois creio qe comungamos da mesma opinião: http://doa-a-quem-doer.blogspot.com/2010/01/tudo-o-que-voce-sempre-quis-saber-sobre.html e http://doa-a-quem-doer.blogspot.com/2010/01/dizimo-faq.html
    A seu critério publicar os endereços ou não, sei que pode soar como "propaganda", mas o intuito não é esse, mas sim enriquecer a discusão.
    Grande abraço, e parabéns pela coragem em tocar num tema tão espinhoso e caro a muitos "líderes".

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  3. Graça e Paz querido,

    Seu ponto de vista é bem interessante, acredito que está condizente com o conteúdo de seu blog, mas, um tanto sutilmente agressivo.

    Fique na paz, conheci seu blog hoje, adicionarei a minha lista de dicas.

    De3us abençoe.

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  4. Graça e Paz!
    Gostei do artigo e concordo.
    Ainda sobre este assunto, escrevi também em meu blog, se o irmão quiser dar uma olhada.

    http://refletindoagraca.blogspot.com/2010/02/questao-do-dizimo.html

    Abraços,
    Vinicius Morais

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  5. PAZ DO SENHOR JESUS!

    Gostaria de expor o comentário com relação ao sacerdócio citado em Malaquias 2.
    A cobrança feita ao sacerdócio foi porque eles devem ser ou deveriam ser aqueles que guiam o povo!
    O erro sempre vai ser cobrado das lideranças com um peso maior, porque ensinaram mal os seus liderados e esses se tornam também por sua vez dispenseiros de erros!

    Entenda que a nação não é feita de sacerdotes. Ele está cobrando sim de uma liderança que deveria mostrar o caminho e exortar o povo a fé! De igual modo, nós que ministramos, quer no púlpito, quer nos Blogs da vida, temos uma responsabilidade muito grande com o que nós expomos para as pessoas, pois tudo será exposto a nós "naquele dia"!
    Sugiro que dê mais uma meditada no texto e no contexto do dízimo inclusive na parte mencionada acima!
    Eu creio que apesar de estarmos na graça, o peso da justiça de Deus é muito maior pois temos condições de desfrutarmos da plenitude do conhecimento, diferente daqueles no passado!
    Eu creio que alguns assuntos, servem muito mais para tirarem pessoas da fé do que fazerem estar mais perto do conhecimento! Existem assuntos que não edificam a nossa fé e trazem divisões dentro do nosso meio!
    Devemos ter muito cuidado na exposição de alguns assuntos. Existem pessoas que não tem estrutura espiritual para suportar alguns ensinamentos.
    Não discordo do seu pensamento amado, mas creio que deveria ponderar mais sobre o assunto!

    Deus continue te fazendo bênção!

    Shalom Adonai,

    Cesar Vitoriano
    www.cesarvitoriano.blogspot.com

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